Colhendo bons resultados no campo, o agricultor Geraldo Canela investiu na BRS F63 (Camila) pelo terceiro ano consecutivo e não se arrepende

A cultivar de batata BRS F63 (Camila) tem conquistado o mercado e chamado cada vez mais a atenção dos agricultores de Vargem Grande do Sul (SP). O município é conhecido pela sua produção – o que até lhe rendeu o apelido de “terra da batata” – e se encontra no ápice da safra nesta época do ano e as expectativas positivas.

Animado com a produção, o agricultor Geraldo Canela, 61 anos, investiu na BRS F63 (Camila) pelo terceiro ano consecutivo e não se arrepende. Assim que conheceu a cultivar, ele acreditou na nova variedade, plantou, gostou e, desde então, tem colhido os bons resultados.

No primeiro ano, o produtor adquiriu 100 das 150 caixas que haviam disponíveis do tubérculo. Tamanha a qualidade e boa aceitação no mercado lhe chamaram atenção, fazendo com que comprasse 1.000 caixas ano passado. “Ela tem boa qualidade. Até agora não tivemos problema algum”, disse.

Desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a variedade se originou do cruzamento C1750-15-95 x C1883-22-97 efetuado em 2004. Foi testada e selecionada com base na sua aparência, rendimento e peso específico de tubérculos e hoje está entre os destaques da Agrosem (Sociedade Cooperativa União Agrícola Canoinhas), que obteve a licença para a comercialização.

Variedade apresenta boa aceitação no mercado

Um dos diferenciais da cultivar é sua produtividade. Neste ano, Geraldo plantou 45 hectares só da BRS F63 (Camila) e o resultado foi excelente. Segundo o agricultor, o rendimento é de 800 sacos por hectare e a expectativa é positiva para o futuro. “Ano que vem teremos mais sementes e será capaz de plantar uns 100 hectares”, afirmou.

De acordo com ele, a variedade é de fácil cultivo. “Tem que pegar o jeito de plantar”, contou. Além disso, a BRS F63 (Camila) é imune ao vírus do Mosaico, o que garante uma economia a mais ao produtor. Outra característica dela é a precocidade, pois produz tubérculos de tamanho comercial com maior rapidez e maior quantidade em comparação as outras batatas.

Mercado

Geraldo é sócio proprietário da cerealista Gransafra, situada às margens da rodovia SP-215, que liga Vargem à Casa Branca (SP). Com a safra, o movimento na empresa é intenso e a BRS F63 (Camila) acaba se destacando. Com excelente aceitação no mercado, o produtor revela que conseguiu comercializar a cultivar por R$ 10 a mais em comparação às demais variedades de batatas. “Ela é mais lisa. É melhor de pele”, destacou.

Devido a esta característica, a BRS F63 (Camila) demora para perder o brilho no mercado. Além disso, a cultivar também tem como um dos pontos fortes a durabilidade, pois leva mais tempo para perder a rigidez. A variedade ainda apresenta um sabor diferenciado, possibilitando que seja preparada de diversas formas para o consumo.

Procura pela BRS F63 (Camila) cresce entre os produtores

João Rigamonte Belmar é integrante da Agrosem e representante da BRS F63 (Camila) na região. Empolgado com a boa aceitação da cultivar entre os produtores, ele relata o minucioso trabalho que foi desenvolvido para introduza-la no mercado. Foram cinco anos de testes realizados, onde foram observadas todas suas características e analisada a melhor época para plantio. “Quando a gente descobre uma variedade diferente, leva-se tempo, pois temos que plantar no inverno, no verão e em épocas intermediarias – como nos meses de janeiro, fevereiro e março”, explicou. “Isto é necessário porque nem todo o material vai bem em determinadas épocas do ano. A BRS F63 (Camila) é recomendada plantar no inverno ou temperaturas intermediárias”, comentou o representante da cultivar.

Neste terceiro ano trabalhando com a variedade em Vargem Grande do Sul, João destaca que a aceitação entre os produtores locais tem sido surpreendente. “Este ano já faltou semente e estou prevendo que vai faltar ano que vem. Nós não estávamos preparados para esta aceitação. Foram 20 mil caixas esse ano e faltou”, revelou. “Nós começamos a produzir o mínimo, aí veio a explosão de vendas e a Embrapa não estava preparada, pois nunca pensaram que iria vender tanto assim. Foi uma surpresa!”, completou entusiasmado.

E qualidades é que não faltam para explicar o motivo de tamanha procura. “A BRS F63 (Camila) é altamente produtiva, tem formato, é precoce, tem pele diferenciada, aguenta na gôndola e vende tanto para a indústria, como para o mercado fresco”, frisou.

Degustação

Desde o ano passado, João planejava realizar um evento para degustação da BRS F63 (Camila). Contudo, devido a pandemia do novo coronavírus, isto não foi possível nesta safra e foi adiado para 2021. Nutrindo expectativas positivas, ele revela que a ideia é realizar uma degustação, preparando a batata de diferentes formas, para apresentar ao público o bom paladar que a variedade possui.