Quando se fala em Vargem Grande do Sul, a primeira coisa que nos vem à mente é a produção de batata. Apelidada carinhosamente como “Pérola da Mantiqueira”, a cidade se destaca pela bataticultura, fazendo com que a região seja uma das principais produtoras do tubérculo no Estado de São Paulo. Isso sem contar os reflexos econômicos que esta cultura traz para o município, colaborando com a geração de empregos e o aquecimento do comércio.

Que a bataticultura é fundamental para Vargem é inquestionável. No entanto, a cidade – em especial a administração local – deveria abraçar essa causa com um maior entusiasmo. Quando menciono isso, levo em conta que muitos municípios já agregaram seus nomes às principais culturas que produzem: Casa Branca é a Capital Estadual da Jabuticaba; Espírito Santo do Pinhal, a Capital Estadual do Café; Holambra, a Cidade das Flores; Vinhedo, a Terra da Uva; Valinhos, a Capital Nacional do Figo Roxo; e por aí vai. Exemplos não faltam!

São muitos as cidades que trabalham essa ‘identidade visual’, seja em painéis, outdoors e até mesmo em seus portais de entrada. Este é um ponto que, ao meu ver, precisaria ser reforçado. Imaginem como seria interessante passar pela rodovia e se deparar com um portal de entrada ou um letreiro (que poderiam ser instalados nas rotatórias de acesso) com a seguinte frase: “Bem-vindo à Vargem Grande do Sul, a Terra da Batata”. Melhor propaganda não há!

Além do impacto visual, certamente seria uma forma de solidificar ainda mais o potencial agrícola que nossa cidade tem, afinal, quantas pessoas, de diferentes localidades, passam por estes trechos diariamente?!

DE OLHO NO FUTURO

Pensando em um momento ‘pós-pandemia’, a criação de uma Feira Gastronômica é também uma ideia que poderia ser colocada em prática em Vargem. Além de ser um atrativo a mais para o município, este tipo de evento abriria a oportunidade para comerciantes do setor alimentício e atrairia visitantes, injetando dinheiro na economia local.

A batata poderia ocupar um espaço especial em meio a variedade de pratos oferecidos em uma feira deste porte. Seria uma chance para o público degustar as diferentes variedades aqui produzidas e até aprender mais sobre elas e suas formas de preparo.

Vale destacar que isso não é uma utopia e algo difícil de se colocar em prática. Exemplos de sucesso nós temos bem ao nosso redor. Antes da pandemia, cidades vizinhas estavam investindo forte neste tipo de empreendimento: Águas da Prata, São João da Boa Vista, Aguaí e Espírito Santo do Pinhal estavam a todo vapor com suas feiras gastronômicas [alguns municípios realizando edições mensais e outros até duas vezes ao mês!].

Com o apoio de instituições como o Sebrae-SP, por exemplo, Vargem poderia fazer algo semelhante e com uma frequência mensal – exceto nos meses em que ocorrem festividades tradicionais, como a Festa das Nações ou a Festa do Milho –, pois boa gastronomia e atrações artísticas é o que não faltam no município. Sem contar que tudo isso viria de encontro com as diretrizes do projeto “Entre Rios, Serras e Cafés” – o qual Vargem faz parte –, que busca unir as cidades em uma região turística.

Outra ideia a ser amadurecida é a retomada da Festa da Batata assim que passar a pandemia e a situação econômica melhorar. A festividade não pode morrer e nem cair no esquecimento, pois faz parte da tradição vargengrandense! É importante que a administração local possa unir forças para resgatar este evento. Bons exemplos para nos espelharmos temos aqui pertinho, como a Eapic (Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de São João da Boa Vista) e a Expoagro Guaxupé.

Essas são algumas ideias – e sugestões – que podem ser adotadas e amadurecidas pela Prefeitura, uma vez que o fortalecimento dessa identidade visual e a implementação destes eventos seriam benéficos para a bataticultura vargengrandense e toda a cidade, inclusive ajudando a reerguer a economia local após a pandemia.

BRUNO MANSON

Jornalista pós-graduado em Comunicação Pública e Empresarial