Agricultores temem plantar e não ter para quem vender

Agricultores temem plantar e não ter para quem vender

Os reflexos que o novo coronavírus (Covid-19) trará a agricultura tem preocupado os produtores rurais. Em recente entrevista ao jornal Gazeta do Rio Pardo, o presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Pardo, Claudinei Minussi, disse que o setor agrícola como um todo teme o desabastecimento que pode ocorrer diante da pandemia. De

Reflexos: setor agrícola teme o desabastecimento diante da pandemia (Arquivo/Gazeta do Rio Pardo)

Os reflexos que o novo coronavírus (Covid-19) trará a agricultura tem preocupado os produtores rurais. Em recente entrevista ao jornal Gazeta do Rio Pardo, o presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Pardo, Claudinei Minussi, disse que o setor agrícola como um todo teme o desabastecimento que pode ocorrer diante da pandemia.

De acordo com ele, embora este seja o período que em São José e região iniciam o plantio de inverno da cebola, beterraba, cenoura e outros produtos alimentícios, os produtores estão receosos.

Minussi explica que o consumo está caindo demais em todos os setores, devido ao fechamento de restaurantes, escolas – onde havia grande consumo de alimentos na merenda – e com empresas do ramo alimentício atendendo quase só pelo sistema delivery. Segundo o presidente, os supermercados continuam abertos, mas as vendas também registraram queda.

“O que está acontecendo é que tudo isto está afetando o mercado e os produtores se sentem inseguros para plantar. Até porque, se plantarem, poderão não encontrar os defensivos e adubos de que necessitam para obter boa produção, já que as lojas que vendem isso estão fechadas ou vendendo em pouca quantidade porque também não recebem muita coisa dos fornecedores”, relatou. “Com isso, esses insumos podem também ter o mesmo efeito do álcool em gel, ou seja, podem subir de preço ao produtor”, complementou.

 

Mão de obra

Outro fator lembrado por Minussi é em relação à mão de obra na lavoura. “O Condomínio está procurando evitar que idosos sejam levados pelos ônibus rurais para a roça e, com isso, há restrições neste setor também. E, embora haja álcool em gel nos veículos que fazem esse transporte, a turma está com medo de trabalhar. Tudo está indo muito lento. É um efeito dominó porque, como eu disse anteriormente, os produtores também estão com medo de plantar e não ter para quem vender depois. Pode ocorrer desabastecimento lá na frente”, comentou.

 

Preço e consumo

Conforme informações divulgadas pela Gazeta do Rio Pardo, a cenoura existente na roça estava cotada a R$ 40 a caixa, preço considerado muito bom ao produtor, mas com dificuldade para obter mão de obra para colher. Também há informações de que a vagem estava bem cotada na roça, mas com o mesmo problema: faltava gente para colher e também, com a queda de vendas nos supermercados, incerteza de escoamento.

“O consumo caiu e caiu muito mesmo. Estão perdendo na roça sem ter como escoar. A verdura está cara, mas essa é uma época em que ela sobe mesmo de preço por conta do clima e da oscilação entre chuva e calor. Agora, com esse vírus, tudo leva a crer que, lá na frente, vai faltar alimento no mercado”, lamentou Minussi.

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