São Paulo bate novo recorde na campanha contra a febre aftosa

São Paulo bate novo recorde na campanha contra a febre aftosa

O Estado de São Paulo registrou um novo recorde na vacinação contra a febre aftosa. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), 99,9% dos 4.722.559 bovinos e bubalinos – com idade de zero a 24 meses – que compõem o rebanho paulista foram imunizados na segunda etapa da campanha, realizada

O Estado de São Paulo registrou um novo recorde na vacinação contra a febre aftosa. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), 99,9% dos 4.722.559 bovinos e bubalinos – com idade de zero a 24 meses – que compõem o rebanho paulista foram imunizados na segunda etapa da campanha, realizada em novembro de 2020. Conforme os dados registrados, o total é de 4.717.894 animais vacinados. Esse número é superior ao último recorde de 99,62%, alcançado em 2017.

“Mesmo com a quarentena instituída em março de 2020 em todo o Estado de São Paulo, em razão da pandemia de Covid-19, os criadores não deixaram de cumprir com suas obrigações de proteger seus animais contra a febre aftosa”, disse Luiz Henrique Barrochelo, coordenador da Defesa Agropecuária do Estado. “Mesmo com todas as limitações, nossa equipe manteve-se em atividade para acompanhar a vacinação, fiscalizar as revendas para garantir a confiabilidade e melhor guarda dos produtos e ajudar o criador no lançamento das informações no sistema”, relatou.

 

REGIÃO

De acordo com dados da SAA, 141.504 bovídeos com idade de zero a 24 meses formam o rebanho envolvido nesta etapa da campanha na região de São João da Boa Vista. Deste total, 141.348 animais foram declarados ao sistema como vacinados, o que corresponde a 99,890%.

 

ETAPA

Esta etapa da campanha envolveu um total de 100.990 propriedades rurais que possuíam bovídeos dentro da faixa etária estabelecida pela legislação. As 412 propriedades que ainda não apresentaram a declaração estão sendo visitadas pela Defesa Agropecuária e estarão sujeitas a multas. O fechamento final da campanha foi enviado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no dia 31 de janeiro.

 

Erradicação para um Estado livre de febre aftosa sem vacinação

Para agregar valor ao produto do agronegócio de São Paulo, eliminar as barreiras sanitárias e alcançar o status de Estado “livre de febre aftosa sem vacinação”, são necessárias ações focadas na proteção e sanidade dos rebanhos paulista.

O caminho construído para a prevenção, controle e erradicação da febre aftosa foi iniciado há 54 anos com a união entre o setor produtivo, a iniciativa privada e o Governo Estadual por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. “A modernização de nossos serviços com a implantação das mais modernas ferramentas de gerenciamento e inteligência para proteção do agro paulista e a aproximação com a sociedade e o setor produtivo são fundamentais para romper as barreiras e agregar valor ao produto agropecuário de São Paulo”, comentou Barrochelo.

 

CAMINHO PERCORRIDO

“Nas décadas de 70 e 80 a febre aftosa era o terror e o temor dos pecuaristas, devido aos inúmeros focos que ocorriam no rebanho paulista, com incalculáveis prejuízos advindos do emagrecimento e da redução drástica da produção de carne e leite dos animais doentes”, recordou o médico veterinário Celso Alberto Gonçalves, que foi diretor do Grupo de Defesa Sanitária Animal, da Defesa Agropecuária.

De acordo com ele, a globalização e a crescente necessidade mundial de proteína nobre, aliadas ao numeroso rebanho bovino do país, colocaram o Brasil na mira do consumidor externo, gerando a necessidade de investimentos em sanidade animal para garantir aos importadores um produto que não levasse consigo o risco da febre aftosa.

 

PNEFA

Os estados brasileiros, incluindo São Paulo passaram a desenvolver ações e medidas de controle da febre aftosa, com atendimentos a focos, controle do trânsito e de eventos de concentração de animais, campanhas de vacinação, etc. Em 1992 foi instituído o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) com a adoção de uma política baseada na regionalização das ações (criação dos circuitos pecuários), no envolvimento do setor privado e no uso massivo e sistemático da vacinação de bovinos e bubalinos. São Paulo passou a integrar o Circuito Pecuário Centro Oeste, juntamente com os Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal.

 

São Paulo foi reconhecido como área livre de febre aftosa com vacinação em 2000

Último foco de febre aftosa no Estado de São Paulo ocorreu em março de 1996, no município de São Carlos. Em maio de 2000, São Paulo e os demais Estados do circuito foram reconhecidos como área livre de febre aftosa com vacinação, pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) – órgão normativo encarregado de exercer a vigilância sobre a segurança sanitária do comércio mundial dos animais e de seus produtos e pela coleta e difusão de informação sobre as doenças, principalmente as zoonoses.

Com a reintrodução do vírus da febre aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná, em outubro de 2005, houve a suspensão da condição sanitária de zona livre de febre aftosa com vacinação para esses dois Estados, mais São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe e Tocantins. O reconhecimento foi restituído em 2008, excluindo-se o Mato Grosso do Sul.

 

PLANO ESTRATÉGICO

Em 2017, o MAPA publicou o Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, delineado para ser executado em um período de dez anos. “Um dos seus objetivos é a suspensão gradual da vacinação contra a febre aftosa, em todo o território brasileiro, o que implica na adoção de diversas ações a serem desenvolvidas em âmbito municipal, estadual e nacional, com o envolvimento do serviço veterinário oficial, setor privado, produtores rurais e agentes políticos”, explicou Luciano Lagatta, diretor do Grupo de Defesa Sanitária Animal.

 

MEDIDAS

Entre as medidas adotadas no Estado de São Paulo que contribuem para o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa, pode-se ressaltar as atividades correlatas às etapas de vacinação compulsória (fiscalização em revendas de vacinas, registro de declarações de vacinação, vacinações assistidas); o atendimento a notificação de suspeitas; as fiscalizações do trânsito de animais e produtos de origem animal; a inspeção em abatedouros das espécies susceptíveis; os inquéritos sorológicos; as atividades de vigilância ativa; e a vigilância realizada pelos médicos-veterinários responsáveis técnicos em eventos de concentração de animais (rodeios, exposições, leilões).

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