Cavaleiros desbravam o Rio São Francisco

Cavaleiros desbravam o Rio São Francisco

Expedição Velho Chico percorreu 3.603 quilômetros. Foram cinco meses e dez dias para concluir o trajeto junto a um dos principais rios do Brasil   BRUNO MANSON PEDRO SOUZA Fotos: Divulgação/Expedição Velho Chico Uma verdadeira aventura. Assim foi a Expedição Velho Chico, realizada pelos cavaleiros Sebastião de Assumpção Malheiro Neto e Pedro Luiz Dias de

Expedição Velho Chico percorreu 3.603 quilômetros. Foram cinco meses e dez dias para concluir o trajeto junto a um dos principais rios do Brasil

 

BRUNO MANSON

PEDRO SOUZA

Fotos: Divulgação/Expedição Velho Chico

Uma verdadeira aventura. Assim foi a Expedição Velho Chico, realizada pelos cavaleiros Sebastião de Assumpção Malheiro Neto e Pedro Luiz Dias de Aguiar, o Pedroca. A cavalgada teve início em setembro de 2020 e percorreu toda a extensão do Rio São Francisco, totalizando um trajeto de 3.603 quilômetros. Foram exatos cinco meses e dez dias na estrada, onde a dupla pode conhecer toda a riqueza deste que é considerado um dos mais importantes rios do Brasil.

A aventura teve início no dia 4 de setembro de 2020. Os cavaleiros e sua equipe – que contou com um caminhão de apoio e uma caminhonete – saíram de Dourados (SP) rumo a nascente histórica do rio, situada na Serra da Canastra, em Minas Gerais. De lá, o grupo acompanhou todo o leito do curso d’água até chegarem no dia 13 de fevereiro de 2021 à foz, no município de Piaçabuçu, em Alagoas.

Nascente na Serra da Canastra foi o ponto de partida da aventura

Rio tem grande importância para a região nordeste

Chegada no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no norte de Minas Gerais

A cada dia que se passava, Malheiro e Pedroca ficavam vislumbrados pelas belezas naturais e puderam observar de perto toda a importância do Rio São Francisco para o agronegócio, a pesca, assim como para as pessoas que vivem na região da caatinga. “É um rio de uma importância fundamental para o nordeste brasileiro”, destaca Malheiro.

Para a expedição, eles contaram com cinco éguas, todas com a média de oito anos de idade. Além de fazer três refeições por dia, os animais receberam cuidados especiais, com o apoio remoto de profissionais da Unesp de Jaboticabal e da USP de Pirassununga, que orientavam a equipe sobre os cuidados com a saúde e a parte nutricional dos equinos.

Cavaleiros percorreram a caatinga e se encantaram com as belezas do Nordeste

RECORDISTA MUNDIAL

Em 1991, a dupla participou da cavalgada Marcha Brasil 14 Mil, um percurso de 19,3 mil quilômetros que foi concluído em dois anos e 45 dias. O trajeto teve início em São Paulo, percorrendo o sul do País, passando pelo Uruguai até chegar na Guiana Francesa. Tal feito está documentado em livro e fez com que Pedroca entrasse para o Guinness Book, o livro dos recordes, sendo ainda homenageado em Londres, na Inglaterra, tornando-se membro da Royal Geographical Society e da Long Rider’s Guild, associação de cavaleiros de longa distância. Além de ser recordista mundial em cavalgadas extensas, hoje, aos 88 anos, ele é o cavaleiro mais velho em atividade no mundo.

 

Cavalgada se tornará documentário

Pedroca e Malheiros viveram grandes momentos na expedição

Durante todo o trajeto foram feitas imagens e entrevistas com vaqueiros, quilombolas e várias outras pessoas que a equipe encontrou pelo caminho. O acervo – com mais de cem horas de gravações e fotos – será editado e a ideia é criar um documentário – que poderá ser negociado para exibição em alguma emissora ou mesmo na Netflix –, não só falando da cavalgada, mas destacando a importância que o Rio São Francisco tem para o País. “Como todo elemento vivo, ele merece ser cuidado. Ele fornece uma água cristalina e o ser humano devolve esgoto e lixo. Algo que tem que ser feito para a conscientização”, frisa Malheiro.

 

HOMENAGEM

Pedroca e Malheiros prestaram homenagem a José Ruy de Lima Azevedo, durante recepção em São João da Boa Vista (Pedro Souza/O MUNICIPIO)

Entusiasta do mundo equestre, Malheiro traz no sangue o amor pelos cavalos. Sua família está entre as formadoras da Raça Mangalarga em São João da Boa Vista. E para homenagear seus antepassados, a recepção da Expedição Velho Chico foi realizada no dia 19 de fevereiro, no Recinto de Exposições – que leva o nome de José Ruy de Lima Azevedo, o avô materno de Malheiro. Bastante emocionado, ele falou ao público presente sobre esta aventura. “Foi uma expedição maravilhosa. O Rio São Francisco é emblemático”, conta. “Vimos muitas coisas boas. Foi uma viagem extraordinária. Estamos fazendo um documentário, pois foram gravadas muitas e muitas horas de depoimentos dos mais variados temas. Agradeço a São Francisco por ter no protegido e dado essa oportunidade a nós”, declara o cavaleiro.

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