Fundado em 1992, o Complexo Frigorífico dos Bataticultores é um dos empreendimentos de grande importância para a região de Vargem Grande do Sul. Antes de sua criação, os produtores locais realizavam a armazenagem na antiga Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) em São João da Boa Vista – que posteriormente se transformou na Fundação Nova São João – ou até mesmo para o município de Passa Quatro, em Minas Gerais.

Diante do alto custo deste processo, um grupo de agricultores se uniu para montar uma unidade que atendesse suas necessidades. E entre esses produtores estava Betão. Nesta época, seu pai, o Carlitão, também teve importante participação e até facilitou a compra do terreno para a criação dessa estrutura. Surgia aí o Complexo Frigorífico dos Bataticultores.

Driblando as dificuldades, a unidade iniciou a armazenagem em 1995. Inicialmente, a capacidade de armazenamento do complexo era de 100 mil caixas. Hoje a estrutura comporta

aproximadamente 350 mil caixas.

Ao longo desses anos, Betão sempre participou da diretoria e atualmente era membro do Conselho Consultivo. “Ele sempre vestiu a camisa, lutou e brigou”, lembra José Donizeti Gomes, presidente do Complexo Frigorífico. “Ele hoje era nosso maior associado. Desde aquela época, a unidade sempre foi muito sólida. E ele sempre esteve com a gente”, destaca o gerente administrativo Fábio Henrique Bedin.

Aprendizado

De acordo com José Donizeti, a morte de Betão representa uma grande perda para o agronegócio e também para Vargem Grande do Sul e região. “Em nosso município ele tinha um grande poder, gerando muitos empregos. Era uma pessoa lutadora, que brigava e vestia a camisa, basta ver tudo o que foi fundado e quanta força que ele deu ao hospital. Ele vai fazer muita falta aqui em nossa região”, lamenta. “Nós gostávamos muito dele. Ele fazia acontecer as coisas”, diz o presidente.

Um ponto destacado por ele é em relação às lições deixadas pelo agricultor. “Durante a oportunidade que tive de conviver com ele ao longo desses anos todos, não só no Complexo, mas na Cooperbatata, aprendi muitas coisas. Aprendi a discutir, a entender e a ver as coisas por outros ângulos. Beto era uma pessoa que só falava o necessário e o certo. Isso foi um grande aprendizado para mim ao longo deste tempo que convivemos juntos”, revela. “Foi gostoso conviver todo este tempo com ele nessas diretorias. Valeu a pena! É um sentimento muito grande que guardaremos para sempre”.

Ao recordar esses momentos, José Donizeti também falou sobre o amor que Betão tinha pela família. “Eu ficava muito admirado de ver o carinho que ele tinha com a família. Era bonito ver a união entre eles. Foram várias coisas que fui vendo e aprendendo com ele. Era bonito de ver!”, comenta.

Liderança

Para Fábio, a liderança era uma marca característica de Betão. “Era uma pessoa que não media esforços. Era pra frente, sempre buscando mais. Sempre pensava em trazer o pessoal todo junto, sempre procurando crescer. Tanto que a Cooperbatata começou dentro do Complexo Frigorífico”, afirma. “Sempre batalhando e crescendo, mas sempre querendo trazer os outros produtores com ele. Ele mostrava o caminho. Tinha o perfil de líder”, completa.

Além disso, o gerente também menciona que outra característica dele era a solidariedade. “Ele sempre ajudou muito e nunca demonstrou, pois não era de querer mostrar o que fazia”, recorda.

“Agradecemos ao Beto por tudo o que fez pela sociedade e por todos os produtores que estiveram ao seu lado. Somos gratos por todo os ensinamentos. Ele sabia muito de tudo um pouco. Era um professor para todos nós”, frisa Fábio. “Infelizmente, ele não está hoje mais com a gente, mas foi muito importante para todos nós”, finaliza.